Toda mulher carrega as memorias da sua mãe, avós e tias dentro de si. O recordar de todas nós, Um universo de sentir:


Há pouco tempo conversando com um amigo me dei conta das raízes feminina da minha família . Crescemos ouvindo histórias. Crescemos admirando, observando e até, em alguns momentos, nos revoltando: -"Olha o exemplo de fulana", "Viu o quê Beltrana fez coma mãe dela?!" , "Ah, Cicrana passou naquele concurso, esta menina vai longe..." "Você "tem que ser" igual a mariazinha!" E assim vamos percebendo o mundo ao nosso redor , nos condicionando ao certo e o errado , ao ideal. A não mostrar muito as pernas, a correr atrás de uma profissão. A cuidar apenas dos afazeres domésticos. A ter filhos. A não ter filhos.... Tudo isso já chega de sola na gente. Mas o que é nosso de fato? O que nos fizeram arrastar de corrente até aqui? Algumas indagações vão aparecendo no caminho. Ora a resposta chega suavemente, ora como um raio. Cada uma de nós vai descobrir a sua . Descobrindo como viajante que somos.

Viver em um mundo absurdamente feminino nos leva a uma sacralidade. A uma compreensão melhor dos nossos ciclos , e no quanto podemos honra-lo. Honrar a mãe que queria trabalhar fora, mas não pode na época, pois era obrigada a cuidar dos irmãos. A avó que tinha aptidão para escrita, mas só conseguiu aprender a ler e escrever aos 80 anos.... Nos leva a entender mais sobre dignidade! A perceber o caminho , não pela capacidade de fazer rebeldia, mas pela resistência , pela manutenção do sonho de identidade . Saber permear sua impressão digital mesmo que em uma costura, ou na receita de um bolo. Saber acolher não é tarefa fácil quando se quer voar.

Mulheres de risos e dores . Mulheres que nos diz muito, mesmo quando já chegamos ao topo da jornada, são elas que nos ensinam a nos reconciliar com a vida, com a gente mesmo!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog